segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Vigésima-Sexta Rosa - Oração Sublime

Vigésima-Sexta Rosa - Oração Sublime



Oração Sublime

Evite cuidadosamente fazer o que certa piedosa mas voluntariosa senhora de Roma fez. Era uma pessoa tão piedosa e fervorosa que com sua vida santa confundiu os religiosos austeros da Igreja de DEUS.

Ao pedir a São Domingos que lhe aconselhasse sobre sua vida espiritual ela pediu-lhe que a ouvisse em confissão. Por penitência, ele lhe mandou que rezasse um Rosário completo e aconselhou-a que o rezasse diariamente. Ela disse que não tinha tempo para rezá-lo, desculpando-se e dizendo que tinha que fazer as Estações de Roma (1) todo dia, que vestia roupas de sacas, camisas de cilício, que tomava disciplina sobre si várias vezes por semana, que tinha tantas outras penitências e que jejuava bastante. São Domingos aconselho-a novamente e várias outras vezes a seguir seu conselho e rezar o Rosário, mas ela continuava a recusar. Ela saiu do confessionário, horrorizada pela tática de seu novo diretor espiritual, que arduamente lhe persuadia a seguir a devoção que não era de seu agrado.

Mais tarde, quando ela estava orando, caiu em êxtase, e viu sua alma se apresentando diante do Trono do Julgamento de NOSSO SENHOR. São Miguel pôs todas as suas penitências e outras orações em dos pratos da balança e todos os seus pecados e imperfeições no outro. O prato das boas obras ficou grandemente suspenso sem conseguir equilibrar ao outro dos pecados e imperfeições.

Cheia de espanto ela clamou por misericórdia, implorando o auxílio da Santíssima Virgem, sua graciosa advogada, que pegou o único Rosário que ela tinha rezado por aquela penitência e o pôs no prato das boas obras. Só este único Rosário era tão pesado que pesava mais que todos seus pecados e também suas boas obras. Nossa Senhora, então, repreendeu-a por não ter seguido o conselho de seu servo Domingos e por não ter rezado o Rosário diariamente.

Logo que voltou a si, correu e se pôs aos pés de São Domingos e lhe disse o que acontecera, implorou seu perdão por não ter acreditado e prometeu rezar o Rosário fielmente todos os dias. Por este meio ela se elevou à perfeição cristã e finalmente à glória da vida eterna.

Vocês que são pessoas de oração, aprendam disto quão grandioso é o poder, o valor e a importância desta devoção do Santíssimo Rosário quando o mesmo é rezado e unido à meditação sobre os Mistérios.

Poucos santos alcançaram as mesmas alturas em oração que Santa Maria Madalena, que era transportada diariamente aos Céus pelos Anjos, e que teve o privilégio de aprender aos pés do próprio JESUS CRISTO e de Sua Santíssima Mãe. Contudo, um dia quando perguntou a DEUS que lhe mostrasse uma maneira certa de como progredir em Seu amor e como chegar à mais alta perfeição, Ele enviou São Miguel Arcanjo para dizer-lhe em Seu lugar, que não havia outra maneira para se alcançar a perfeição do que a meditação na Paixão de Nosso SENHOR. São Miguel então colocou, na entrada de sua caverna, uma cruz e lhe disse que rezasse diante dela, contemplando os Mistérios Dolorosos que ela presenciara com seus próprios olhos.

Que o exemplo de São Francisco de Sales, o grande diretor espiritual de seu tempo, o estimule a unir-se à santa Confraria do Rosário, já que foi um grande santo, fez votos de rezar o Rosário completo todos os dias de sua vida.

São Carlos Borromeo também rezou todos os dias e com insistência, recomendava a devoção aos pregadores, aos eclesiásticos, nas conferências e a todo o povo.

São Pio V, um dos Papas mais eminentes da Igreja, rezava diariamente o Rosário. São Tomás de Villa Nova, Arcebispo de Valência, Santo Inácio, São Francisco Xavier, São Francisco de Borja, Santa Teresa e São Felipe Neri, bem como muitos outros grandes homens que não pude aqui mencionar foram grandes devotos do Santo Rosário.

Segui seus exemplos! Seus diretores espirituais estarão satisfeitos e se ficarem sabendo dos frutos que se ganha desta devoção, eles serão os primeiros a lhe animar a adotá-la.

(1) – (N.T. – Trata-se de uma devoção da Igreja Primitiva; Consiste em visitar certas Igrejas estacionárias em Roma e rezar certas orações prescritas em cada uma delas. Esta prática tinha cunho penitente. “Encyclopaedia Catholica”) 

30º Capitulo - Extraído do Livro "O Segredo do Rosário" São Luiz M. Grignion de Montfort  

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